domingo, 21 de junho de 2015

EDUCAÇÃO NO PERÍODO DA REPÚBLICA:








A educação durante a República apresentou-se com um novo contexto, porém com o mesmo viés civilizatório do Império. Apesar de ter como sua proposta proporcionar meios para que toda a população pudesse alcançar o progresso, a ordem, a civilização e modernidade, como era exigido dos projetos liberais num sistema capitalista que se fortalecia mundialmente, a educação na República, no entanto, continuou sendo de acesso somente da burguesia, uma vez que a maior parte da população da época, era formada por negros recém-libertos do processo escravagista e por imigrantes pobres, que chegavam às terras brasileiras, porém sem conhecimento básico das leis e do idioma local.


A relação entre educação e economia se fortalecia, haja vista a necessidade de se ter uma nova burguesia e proletariado escolarizados para sobreviverem e se afirmarem em seus estratos sociais naquilo que era considerado como o progresso, trazido pela republica e diferente do regime deposto, a partir do seu ideal de urbanização e industrialização. Tem-se nesse processo urbano-industrial a predominância de uma política econômica agrária, denominada como a política café-com-leite que predominava no poder, com o desenvolvimento do comércio, sobretudo, deste setor econômico.


Assim, no intuito de se ter uma nação civilizada, ordeira e progressista, se fazia necessário educar a população, sobretudo, pobre, para que fosse sujeitada à situação de trabalhadores assalariados, disciplinados e higienizados.


EDUCAÇÃO NO PERIODO DA PRIMEIRA REPÚBLICA:


Os Grupos Escolares representam uma estruturação escolar de determinado período político brasileiro, em âmbito nacional, cujo objetivo era inserir o maior numero de brasileiros possíveis nos saberes formalizados, e para tanto, regulavam comportamentos, condutas e normas sociais e educacionais, destacando-se a organização de series escolares, a aprovação ou reprovação em exames finais no termino do ano civil, a instituição do ensino seriado e sequencial em substituição às classes de alunos em diferentes níveis de aprendizagem, a introdução da figura do diretor, proporcionando as noções de organização e homogeneização da escolarização, bem como uma nova hierarquização funcional pública.

Paralelo à consolidação dos Grupos Escolares ocorreu também o Escolanovismo, que se propunha a uma nova forma de organização pedagógica e administrativa do ensino, com base laica, dando prosseguimento às conquistas das escolas graduadas. Para este último, a educação da criança deve ter por foco o pensar enquanto uma atividade habitual e não uma capacidade natural, propondo que a escola se torne para o aluno um espaço privilegiado onde este possa agir efetivamente na realidade ou sobre as representações da realidade.

Nesse sentido, compreendia-se que era por meio da experiência que se adquiria o conhecimento. Assim, o conhecimento era estabelecido entre os alunos e os objetos ou fatos observados, e não pela transmissão do professor para que o aluno o memorize. Sendo o centro dos processos de aquisição de conhecimentos, o aluno era ensinado de que a escrita era uma técnica racional, e a leitura oral fora substituída pela prática da leitura silenciosa, o que possibilitaria ao aluno acessar a um número maior de informações.

 Tais apontamentos educacionais contribuíram para a elaboração do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, liderado por Fernando de Azevedo, com a participação de Roquette Pinto, Mario Casassanta, Cecília Meirelles e Anísio Teixeira, o maior seguidor das ideias de Dewey no Brasil. Vislumbrando que o maior problema do Brasil após a Proclamação da República era a educação, apontavam para a necessidade de que a educação deixasse de ser um privilégio econômico e social de determinados indivíduos e passa a ser “biológico”, no sentido de ser um direito que todo o individuo tem pra desenvolver suas aptidões naturais, independentemente de posições sociais e econômicas, devendo ser a educação pública e gratuita.

Pode-se concluir que a Escola Nova se propunha refugar o ideário tradicional da escola, substituindo uma visão fragmentada, de valorização de conceitos transcendentais, para uma compreensão da realidade integral do aluno, de seus valores em relação aos fatos sociais e de suas aspirações. Já na década de 20, muitas mudanças já eram implantadas nessa nova perspectiva, como o respeito às normas higiênicas num processo de disciplinar o corpo e a mente do alunado, o caráter cientifico da escolarização dos saberes e das práticas sociais, e a necessidade do ato de observar para se construir o conhecimento.


SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2008. p. 166-275



Encontro 13°



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