domingo, 21 de junho de 2015

A educação no Oitocentos - 1801-1900 (Século XIX)


No contexto histórico, do século XVIII (1701-1800) ocorreu um progressivo processo de laicização e estatização da educação, e nesse processo alguns aspectos contribuíram muito, como a Revolução Industrial que começou a alterar a fisionomia do mundo do trabalho, o processo de deslocamento da população do campo para as cidades, que concentram grande massa trabalhadora a busca por matéria-prima e visando garantir mercado para a absorção dos excedentes, da indústria, ampliação da produtividade, revolução nos transportes, o velho artesão não existe mais. Não consegue competir com a produção industrial o capitalismo se expande dando início ao imperialismo colonialista.

Enquanto no século XIX se perceberá todo o impacto dessas mudanças, representando o período de consolidação do poder da burguesia, assim como os contrastes fortes até hoje na nossa sociedade, a burguesia criara uma nova experiência social e histórica cheia de contradições, perdendo o controle gerando assim, uma série de conflitos e surtos revolucionários em que as classes trabalhadoras ocuparam o centro das iniciativas, e as classes trabalhadoras reagiam através de manifestações, obrigando a burguesia, instalada no poder, adaptar-se a necessitar de novas formas de controle social. Não lhe interessava aprofundar mais as revoluções e sim controlar os processos sociais através de mudanças que atendessem a seus interesses.

Também surgiram novas ideias socialistas no movimento operário europeu, conhecidas como socialismo utópico propondo transformações da ordem capitalista burguesa pela via da educação, de acordo com essa concepção a sociedade poderia ser organizada de forma justa, sem crimes nem pobreza, com todos participando da produção e fruição dos bens segundo suas capacidades e necessidades, algo bem distante da realidade que vivemos hoje algo utópico literalmente, para tanto, era necessário erradicar a ignorância, o grande obstáculo para a construção dessa nova sociedade. A educação desempenharia, pois, um papel decisivo nesse processo cada criança receberá, em seus primeiros anos de vida, uma instrução geral que a tornará apta para os fins da sociedade, e assim surgiria uma classe trabalhadora cheia de iniciativas e de úteis conhecimentos, com hábitos, informações, Ilusão pedagógica de que basta um sistema de instrução para modificar a sociedade e o caráter de uma ideia isolada e solitária.
 

           Apesar dos avanços obtidos no âmbito da educação, persiste, em maior ou menor grau em diferentes países, antigas discriminações, pois poucos chegam aos mais altos graus de estudos, o caráter obrigatório da educação consta mais no papel do que na realidade prática, permanência do dualismo: uma educação que objetiva a instrução clássica e outra para preparação profissional. “Nem todos fomos feitos para refletir é necessários também homens de intuição e ação.” (Durkheim apud Manacorda, 1996, p. 300) Verifica-se nesse cenário a existência de proposições que enxergam na educação um instrumento para o combate às ideias comunistas.

Concebeu a escola como o lugar que prepara as crianças para viver em sociedade, dado que ela mesma é uma síntese da comunidade na qual é possível aprender fazendo. Como expressão da modernidade na concepção educativa, a escola nova também foi conhecida como “escola ativa”, “escola moderna” e “escola do trabalho”, denominações que enfatizam a necessidade de romper o isolamento da escola da sociedade e de pôr em contato as crianças com a vida cotidiana, o interessante é o quanto vem se adaptando a escola nesse contexto como um instrumento que cada vez esta mais evidente que sempre esteve e esta a serviço de uma classe dominante, e determinam ditam nos controlam, nesse contexto vários pensadores tentaram mapear a sociedade de diversos pontos e aspectos, criaram conceitos, termos, métodos que hoje ainda são referencias quando se trata de educação, pois acreditavam assim conseguir, disseminar estimular tal revolução e que nessa visão, continuara cada vez mais distante, utópico mesmo. 

 MANACORDA, Mario Aliguiero. História da Educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez, 1996. p. 269-310
 
Encontro 10°

 

 

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