Esparta e Atenas

O
ideal pedagógico já não pode ser o mesmo para todos; não só as classes
dominantes têm ideais muito distintos dos da classe dominada, como ainda tentam
fazer com que a massa laboriosa aceite essa desigualdade da educação, como uma
desigualdade imposta pela natureza das coisas, portanto, contra a qual, seria
loucura rebelar-se.
Possuidor
de terras, proprietário de escravos e guerreiros, eis aí o homem da classe
dominante. Em relação a educação que necessitava esse homem, Esparta e Atenas
apresentavam aspectos diferentes.
Quando
olhamos friamente, surge em toda a sua expansão o caráter de classe da educação
espartana. Sociedade guerreira formada à custa do trabalho ilota e do comércio
do perieco, Esparta se apropriava e vivia as expensas do trabalho alheio.
Integralmente dedicado a sua função de dominador e guerreiro, o espartano nobre
não cultivava outro saber que não fosse o das armas e não só guardava para si
esse conhecimento como castigava ferozmente os oprimidos que tentassem se
apropriar dos mesmos.
Como
maior produtora de mercadorias do que Esparta, as circunstancias não impuseram
a Atenas uma organização estritamente militar. As representações nos teatros,
conversas em banquetes e as discussões na Ágora reforçavam nos jovens a
consciência da sua própria classe, como classe dominante.
Ainda
que submetidos a uma disciplina menos brutal do que a que imperava em Esparta,
os jovens atenienses também consideravam a guerra como sua ocupação
fundamental. Da mesma forma que entre os espartanos, em Atenas havia total
desprezo pelo trabalho.
-Roma
Os
filhos dos proprietários recebiam sua educação ao lado dos pais, acompanhando-o
nos trabalhos, escutando as observações, ajudando-o nas suas tarefas mais
simples. Uma vez que a riqueza provinha da terra, era natural que as coisas
agrícolas assumissem para os jovens uma importância fundamental.
A
agricultura, a guerra e a política constituíam o programa que um romano nobre
deveria realizar: para aprendê-lo, a única maneira era a prática. Aos vinte anos, o jovem nobre que já sabia
arar a terra e que havia assistido a alguma batalhas no exército e no senado,
estava pronto para a vida pública.
Segundo
o conceito dos romanos, o “orador’’ era o homem por excelência. O orador é o
verdadeiro político, homem nascido para a administração dos assuntos públicos e
privados, capaz de reger o estado com os seus conselhos. Era essa, em suas
linhas mestras, a educação e o ideal de um romano.
A
necessidade de se fazer uma “nova educação’’ começou a se fazer sentir em Roma
a partir do século IV a.C., da mesma forma que, um século atrás, na Grécia, no
mesmo momento em que a antiga classe aristocrática e rural, começa a ceder
posições a outra classe se firmava, a comerciante e industrial. O desprezo por toda a forma de trabalho, não
deixou ser, por isso, o traço fundamental da nobreza.
Mas
como já dissemos anteriormente, a partir do século IV a.C., os membros da nova
classe começaram a ter opinião diversa. Achando insuficiente a educação
ministrada até então aos nobres, começaram a exigir uma nova educação.
Apareceu, então, em Roma, da mesma forma que anteriormente na Grécia , uma
turba de professores: os ludimagister, para educação primária, os gramáticos
para a média, e os retores, para a superior.
PONCE, Aníbal. Educação e luta de classes. São Paulo: Cortez, 2001. p. 35-80
Encontro 3°
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